Num passo decisivo para avançar na transição para uma economia de base biológica, através de uma certificação mais credível, interligado e eficiente, o FSC e a Roundtable on Sustainable Biomaterials (RSB) estão a unir forças numa nova colaboração, apoiada pelo ISEAL Innovations Fund.
O projeto — “Estruturas para reconhecimento: desbloqueando fluxos certificados em sistemas de sustentabilidade” — irá desenvolve e testar metodologias robustas e escaláveis que permitam que materiais certificados por um sistema credível, como os produtos de base biológica da RSB, sejam reconhecidos por outro, como a certificação florestal do FSC. Se for bem-sucedido, este modelo de certificação poderá representar um avanço para o abastecimento circular, melhorando a eficiência da cadeia de abastecimento e a expansão das cadeias de abastecimento de base biológica.
“No FSC, é importante para nós encontrar formas de permitir que as organizações inovem no seu abastecimento de fibra, ao mesmo tempo que salvaguardamos a integridade do nosso sistema de certificação”, afirmou Loa Dalgaard Worm, responsável pelo FSC Circularity Hub. “Este projeto permite-nos integrar o melhor de dois mundos: facilitar às organizações a combinação de tipos de fibra sem a necessidade de múltiplas certificações, mantendo a transparência e a credibilidade do rótulo FSC.”
“Ao possibilitar o reconhecimento credível entre sistemas de sustentabilidade, estamos a resolver um entrave que limita a circularidade e retarda o progresso em direção às metas de zero emissões líquidas”, acrescentou Elena Schmidt, Executive Director da RSB. “A RSB tem orgulho em trabalhar ao lado do FSC no desenvolvimento de soluções práticas que fortalecem a garantia e, ao mesmo tempo, ampliam o impacto.”
Um modelo para certificação preparada para o futuro
À medida que as ambições de sustentabilidade crescem, os sistemas de certificação devem evoluir para se manterem relevantes e eficazes. Esta parceria reúne a experiência do FSC em cadeias de abastecimento florestais responsáveis com a inovação da RSB em materiais de base biológica, criando um modelo replicável para reconhecimento entre sistemas. O primeiro foco será a integração de fibras de base biológica não florestais (NFBFs) nas cadeias de valor certificadas pelo FSC, combinando-as com matérias-primas não florestais, como resíduos agrícolas, certificadas sob a estrutura de sustentabilidade do RSB.
Os principais resultados da parceria entre o FSC e o RSB incluem:
- Estrutura de reconhecimento: Testar um modelo escalável para o reconhecimento mútuo entre sistemas de certificação, baseado em salvaguardas rigorosas, rastreabilidade e requisitos de garantia para manter a credibilidade.
- Monitorização aprimorada por IA: Testar ferramentas automatizadas para detetar riscos emergentes, questões de reputação e mudanças no nível do esquema em todos os sistemas reconhecidos.
- Partilha de dados interoperáveis: Exploração de protocolos seguros para partilha de dados de auditoria para melhorar a supervisão, reduzir a duplicação e reforçar a confiança.
- Testes industriais: Parceria com marcas líderes para testar resíduos agrícolas certificados em aplicações de embalagens e painéis de fibra, validando a rastreabilidade, o desempenho e a preparação para o mercado.
Concebido para ser ampliado e replicado
Embora o projeto-piloto se concentre em matérias-primas de base biológica (fibras) certificadas pela RSB que entram em cadeias de abastecimento certificadas pelo FSC, as estruturas resultantes serão modulares e aplicáveis globalmente. Outros sistemas de certificação poderão adotá-las e adaptá-las em setores como têxteis, construção e bioquímicos industriais.
A colaboração também prepara o terreno para um maior alinhamento entre os sistemas em métricas-chave de sustentabilidade — incluindo contabilização de carbono, impacto na biodiversidade e salvaguardas sociais — reforçando a credibilidade e a comparabilidade das alegações de sustentabilidade num mercado cada vez mais complexo.
Sobre o projeto
A iniciativa é financiada pelo Fundo de Inovação ISEAL e decorrerá de setembro de 2025 a setembro de 2027.
Os aprendizados e as ferramentas serão partilhados através das plataformas da ISEAL, do envolvimento direto da indústria e da partilha pública de conhecimento para impulsionar a adoção por toda a comunidade de sustentabilidade.

