Gerir uma floresta de produção também é preservá-la

A floresta de produção também tem uma história para contar. Ela é essencial para podermos ter bens de origem florestal no nosso dia-a-dia. Mas estas florestas também prestam outros benefícios à sociedade, como é o caso dos serviços de ecossistemas, com destaque para o sequestro e armazenamento de carbono, a proteção da biodiversidade, do solo e da água. Conheça esta história, bem como as vantagens da certificação FSC para este tipo de floresta. 

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Uma floresta de produção

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© FSC Portugal

Situada em Valença, no norte de Portugal, encontramos uma área de floresta de produção. Esta é a história desta floresta. Mas poderia ser uma outra qualquer história, noutra parte do país.

30 de abril de 2019 foi a data em que a Associação para a Certificação Florestal do Minho-Lima obteve o certificado para a Gestão Florestal Responsável FSC.

Conservação ou produção florestal foram os principais objetivos para a criação desta associação, que leva a certificação a todo o território nacional. Produtores florestais, privados e baldios podem ter acesso à Certificação FSC. Tudo pequenos proprietários florestais.

O esforço foi conjunto. AFL, Valminho Floresta e associações/cooperativas de desenvolvimento rural, representantes da indústria, do ensino superior agrário e do ambiente, juntaram-se para criar esta, tão reconhecida, solução.

Juntos pela certificação

A reduzida dimensão da área era um entrave. O investimento também. Avançarem para a certificação de forma individual, seria de todo inviável.

Viam-se várias vantagens em aderir ao sistema. A compensação financeira da venda da madeira era a principal. Apesar das boas práticas, não ter a garantia de origem, era motivo para a desvalorização do material. Quando a gestão não se mostrava a melhor, nada motivava a fazer diferente.

A certificação de grupo trouxe o alento de que todos precisavam. Agora debaixo do chapéu da certificação estão micro e pequenos proprietários florestais, que lhe reconhecem inúmeros benefícios.

Trouxe a valorização do mercado, trouxe a redução do custo da certificação, trouxe a melhoria da profissionalização e sustentabilidade da gestão florestal, trouxe o aumento da rentabilidade dos produtos que são comercializados.

Para além da exploração económica, há também um foco nas questões ambientais e sociais. E isto é importante demonstrar aos clientes.

A sustentabilidade é o garante

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© FSC Portugal

Mas eis que se verifica no caminho um grande desafio. Assegurar os três pilares da sustentabilidade, tal como dita a certificação FSC. Encontrar um equilíbrio entre a rentabilidade económica e as questões sociais e ambientais, não é tarefa simples.

Não se pode cortar todas as espécies que estão em competição com a árvore que pretendemos produzir, se entre elas existir uma árvore ambientalmente importante de preservação. Também não se pode eliminar todas as espécies invasoras de uma área certificada, se esta intervenção for custosa, ao ponto de pôr em causa a sustentabilidade financeira.

A floresta de produção é essencial para podermos ter bens de origem florestal no nosso dia-a-dia.” menciona Elisabete Abreu da ACF Minho-Lima e acrescenta “O benefício financeiro é fundamental para o proprietário gerir a sua área, cuja função é a produção.”

Em termos sociais, a certificação revela um enorme impacto nas condições de trabalho, segurança e boas práticas.

Uma visão holística está na base de uma boa gestão. É garantido, pois, que a área certificada tem uma melhoria continua para atingir o estado ideal ou desejável, sem implicar o equilíbrio do carácter sustentável da floresta.

Compromisso: proteger a floresta

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© FSC Portugal

O produtor assume o compromisso da certificação e com ele os benefícios que ela lhe traz. Quando o objetivo é a produção florestal, então é fundamental arborizar e gerir os espaços florestais. Os planos de gestão são implementados de forma a que haja um controlo, desde a arborização até ao corte.

Simultaneamente encontramos outros benefícios, que podem ser usufruídos pelo público em geral. A floresta pode proporcionar serviços à sociedade, se para tal for preparada.

“O pinhal bravo está a reinventar-se como um sistema multifuncional gerador de produtos e de serviços. Nestes destacamos o sequestro e armazenamento de carbono, a proteção da biodiversidade, do solo e da água.” elenca Susana Carneiro do Centro Pinus.

Haverá melhor material que aquele que é renovável e proveniente de uma floresta gerida de forma responsável?

As florestas de produção, certificadas FSC, asseguram que o produto florestal é controlado desde a origem até ao consumidor final. Escolher estes produtos é igual a proteger a floresta. O selo FSC no produto final conta esta história: uma Floresta para Todos para Sempre.

Com o apoio da ACF Minho-Lima e do Centro Pinus