Roubaram-lhe a alegria
Estávamos em outubro de 2017, quando por ali passaram as chamas que levaram a existência de tudo o que respirava. Ficou um lugar triste, sem o verde que lhe era tão característico. O fogo roubou-lhe a alegria. Sem árvores, sem mato, sem vida. Tudo o que era autóctone desapareceu. Estava assim aquele sítio que outrora tinha tido outro semblante.
Em pleno Parque Natural da Serra da Estrela, no concelho de Gouveia, mais precisamente no Crasto, numa área de 450 hectares, onde se encontra a nascente da Água da Serra da Estrela.
Desde o fatídico dia que o foco é o restauro. Arborizar a propriedade faz parte dos planos desta recuperação.
“Com o interesse da Sumol+Compal na gestão da área, surgiu também o interesse na certificação da gestão florestal e dos Serviços de Ecossistemas, nomeadamente da água, carbono e biodiversidade.” refere Gonçalo Silva da 2BForest.
Sabe-se que uma boa e correta gestão da floresta influenciará a qualidade da água, como irá proporcionar benefícios para toda a região.
Objetivos traçados, é hora de arregaçar as mangas e pôr mãos-à-obra. E assim se inicia a intervenção de cerca de 25 hectares daquela área. É a Nordeste que tudo começa!
Cuidado de proximidade
O acompanhamento foi de proximidade, como a certificação FSC exige. A supervisão do gestor na implementação da estratégia, a formação dos operadores que lá trabalham. Tudo o que pudesse impactar de forma positiva e levar ao sucesso do planeamento previsto, foi usado sem peso nem medida.
O que se poderia querer mais?! Recebeu tudo a que tinha direito.
Estar inserida no Parque Natural da Serra da Estrela e ter no seu interior a nascente que abastece a unidade fabril da água com o mesmo nome, tem responsabilidade acrescida.
Gonçalo Silva acrescenta “(…) a melhoria da gestão florestal vai ter um impacto positivo na qualidade da água.”
É por isso ainda mais relevante a correta gestão florestal na propriedade e mais óbvios os benefícios que pode trazer a sua implementação.
Gestão positiva, saldo positivo
Muito havia por fazer. Quem disse que ia ser fácil?
Remoção do material lenhoso que ardeu e que ainda continuava de pé. Controlo do mato, que é sempre o primeiro a aparecer mesmo sem ser chamado. Adensamentos com recurso a sementeiras ou plantações. Encaminhamento da regeneração natural de pinho e carvalho. Os resultados estão à vista! Começou a verificar-se a recuperação de todo o espaço degradado.
Onde não havia sequer indícios de floresta, agora já há crescimento do coberto arbóreo. O risco de incêndio é claramente diminuto. Haverá melhor resultado do que este?
“Pretende-se que a área tenha uma gestão florestal sustentável, com o aumento da biodiversidade e uma maior resiliência aos incêndios.” diz Gonçalo Silva.
O ecossistema vive outra vez
Esta ação, sob as diretrizes do Procedimento dos Serviços de Ecossistemas do FSC, trouxe vida onde ela não existia há alguns anos. Com ele vêm os benefícios que a gestão florestal pode trazer para a região e suas comunidades. É, também, o primeiro projeto em Portugal com a Certificação do Serviço de Ecossistema Água. O que poderá ser mais diferenciador do que um projeto que traz valor?
Os impactos profícuos são muitos: o sequestro de carbono, o aumento da biodiversidade e a manutenção dos recursos hídricos são alguns dos serviços prestados ao nível do ecossistema.
“Este projeto é muito relevante para a Sumol-Compal, ao garantir que os seus terrenos são geridos de forma ambiental e socialmente responsável.” garante Ana Luísa Pereira da Sumol+Compal.
Inovadora é outra das características desta intervenção. Nada disto havia antes sido visto na região. A novidade traz curiosidade e as boas práticas aguçam a vontade. O Crasto agora tem vida. Porque onde há água boa, também há vida!
Com o apoio da 2BForest e da Sumol+Compal.